
Mídia.Crawl responde 4 perguntas para que você não erre na comunicação por símbolos
Com a aceleração constante da comunicação, a conversa via voz foi aos poucos dando espaço à agilidade e fragmentação da comunicação via texto. Mais do que palavras abreviadas, a internet trouxe para o cotidiano símbolos visuais que se tornaram fundamentais na comunicação e estão mudando a forma de nos expressarmos. Estamos falando dos emojis.
Criados em 1999 por uma empresa de telefonia japonesa, os emojis nasceram para suprir a falta de entonação, emoção e linguagem corporal sentida na linguagem escrita móvel. Em pouco tempo se tornaram não apenas uma alternativa, mas uma necessidade. Talvez por isso em 2015 o renomado dicionário Oxford escolheu o emoji de rosto sorridente “chorando de tanto rir” como a “palavra” que teve mais significado cultural no período.
Mas, por que tanta gente prefere as imagens às palavras? De acordo com uma pesquisa da empresa Talk Talk, 72% dos jovens entre 18 e 25 anos consideram mais fácil usar o emojis para expressar sentimentos. Um estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, comprova ainda que o emoji traz uma sensação psicológica de intimidade e proximidade na esfera virtual; uma maior conexão com o outro.
Esses dados reforçam a relevância dos emojis na comunicação. Mas, será mesmo que eles podem ser utilizados em qualquer ocasião? Nós respondemos essa e outras dúvidas para garantir que você não erre na hora de eleger um emoji!
1. Quantos emojis existem? Qualquer um pode criar a sua versão?
Segundo a Unicode Consortium, organização que regula a codificação na internet, existiam no mundo 2.666 emojis registrados até junho de 2017. Para 2019, o pacote Emoji 12.0 prevê 104 novas figuras. É possível sugerir novos temas, mas somente a entidade é capaz de oficializar o símbolo.
2. Por que eles mudam de representação dependendo do canal onde são utilizados?
Você já deve ter percebido que os emojis do seu grupo de conversas no whatsapp sempre ganham um toque diferenciado quando migram para o messenger, não é mesmo? Saiba que esse é um comportamento normal.
Desde 2010, quando os emojis passaram a integrar o alfabeto digital do Unicode, a entidade é responsável pela análise, aprovação e a interpretação correta dos símbolos criados em todo o mundo. Apesar disso, o design específico de cada figura depende da mídia em que ele está escrito — Windows, Android, OS e Linux, Chrome, Internet Explorer, Firefox, Facebook, Twitter, whatsapp, entre outros.
3. Os emojis tem significado universal?
Como já dissemos, a Unicode é responsável pela interpretação correta dos emojis criados em todo o mundo. Se você quiser levar os emojis ao pé da letra, eles estão catalogados, recebem um nome e podem ser consultados na Emojipedia.
Apesar disso, toda imagem corre o risco de ser ambígua ou entendida erroneamente pelo receptor, uma vez que sua interpretação depende do repertório cultural e pessoal de quem a recebe.
Um exemplo claro de confusão são as duas mãozinhas juntas, que muita gente usa para simbolizar um momento de oração, enquanto outras acreditam que seja a representação de um high-five. Na realidade, o gesto remete à forma como os japoneses agem para dizer “por favor” ou “obrigado”.
O bonequinho bufando de raiva, é outro exemplo. Oficialmente, ele representa o triunfo por alguma conquista. Fácil gerar confusão, não?
Há ainda símbolos que ganham conotações sexuais para determinados povos, o que pode ser ainda mais constrangedor. Por isso, cuidado na hora de selecionar seus emojis!
3. Posso usar os emojis em qualquer situação?
Nós já concordamos que os emojis são fundamentais na comunicação e estão mudando a forma de nos expressarmos. Apesar disso, existem momentos em que a linguagem informal a que remetem não é exatamente apropriada. Veja como agir em cada uma das situações a seguir:
Entre amigos e familiares
Um “não” acompanhado de uma piscadela no final da mensagem ou uma verdade acompanhada de uma carinha envergonhada nunca foram tão amigáveis. Os emojis podem e devem ser usados para expressar seus sentimentos entre as pessoas mais íntimas.
Leve em consideração, porém, que assim como as palavras, os símbolos carregam consigo mensagens e o seu uso exagerado pode causar confusão. Busque um conceito para que as carinhas possam ter eficiência na transmissão da mensagem. Também evite usar apenas emojis na resposta, aumentando as chances de uma má interpretação.
No trabalho
Se você tem o costume de usar a carinha com um beijo para dizer “ok”, pense duas vezes antes de utilizá-la no ambiente de trabalho. Ainda que a comunicação entre a equipe permita uma linguagem mais informal, saiba que esse pode ser um gesto afetuoso demais para algumas pessoas, sendo mal interpretado. Não arrisque as relações.
Se a comunicação é com clientes, segure as emoções até que você conheça um pouco mais o perfil da pessoa. Se ela te responder com emojis, sinta-se mais à vontade para utilizar a linguagem. Caso contrário, siga o protocolo formal. Lembre-se, acima de tudo, com quem você está conversando e o seu grau de intimidade com ela.
No marketing
Graças ao seu poder afetivo, os emojis têm tido um papel importante, objetivo e prático para consumidores e profissionais de marketing.
Utilizar uma linguagem tão comum ao público é também uma forma de se aproximar dele. Ao menos essa é a estratégia já utilizada por grandes empresas: a Taco Bell pediu que um emoji de taco fosse criado; a Chevrolet lançou press release composto quase que inteiramente de emojis; a Disney criou um vídeo baseado em emojis para promover o Star Wars: O Despertar da Força.
Além da comunicação através de imagens ser mais sedutora, essa pode ser uma maneira rápida e simples de fazer com que os consumidores expressem suas opiniões a respeito do produto ou serviço.
Apesar dos resultados positivos nas campanhas, a regra segue a mesma que na vida pessoal: conheça o seu público e a imagem da sua empresa para avaliar se a linguagem informal passará a mensagem pretendida.