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Setembro Amarelo: minha marca deve aderir à campanha?


Foto: freepik

Todos os meses do ano estão associados a uma cor: tem o Janeiro Branco, o Fevereiro Roxo, o Outubro Rosa... É uma boa ferramenta de marketing para disseminar informações importantes relacionadas à saúde. E agora estamos entrando no Setembro Amarelo.


O período visa prevenir o suicídio e conscientizar a população sobre o assunto. É uma iniciativa entre CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), uma vez que 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção aos Suicídios.


E quando se trata de um assunto tão delicado, as marcas devem aderir à campanha? Sim, mas com muito cuidado e cautela.


É importante que instituições públicas e privadas apoiem a causa porque cerca de 12 mil pessoas morrem de suicídio por ano no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. É triste, ainda mais quando a maioria dos casos está entre os jovens.


Para se ter ideia, esta é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo todo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Só que é preciso cuidado na adesão da campanha para que ela não soe como superficial, banal ou mostre que a empresa visa apenas a autopromoção diante de um assunto tão importante — e ao mesmo tempo tão polêmico. Então o que pode ser feito? Vem com a gente que vamos explicar.


Primeiro, olhe para dentro da empresa


Antes de levantar a bandeira do Setembro Amarelo, incentivar os colaboradores a vestirem a camiseta da cor e sair republicando frases de efeito nas redes sociais, é preciso olhar para dentro de casa.


O ambiente corporativo, a cobrança por prazos e a falta de feedback positivo, por exemplo, podem desencadear em profissionais desmotivados e com quadros de depressão. Então é preciso uma mudança de atitude por parte dos gestores para tornar o ambiente o mais motivador possível.


Se houver profissionais com dificuldade de entrosamento, introspectivos ou apáticos, procure conversar e entender se aquele comportamento está relacionado ao ambiente de trabalho. Ações internas também são bem-vindas, como:


  • Bate-papos ou rodas de conversa informais com psicólogos;

  • Palestras sobre o tema;

  • Distribuição de impressos informativos;

  • Criação de canais para ouvir o colaborador de maneira sigilosa;

  • Compartilhamento da informação que o CVV oferece suporte emocional de maneira sigilosa e gratuita por meio do número 188, bate-papo online e e-mail, 24 horas por dia.

Depois, leve o assunto para fora


Aqui é importante lembrar, mais uma vez, que um tema tão sério não pode ser tratado de maneira leviana. Há muitos anos a mídia tradicional, por exemplo, não repercutia casos de suicídio nos noticiários e em páginas impressas para que não soasse como incentivo àqueles que sofriam de transtornos mentais.


Hoje isso mudou, justamente para que o tema não seja mais um tabu e possa conscientizar. Mas o processo é lento e qualquer deslize pode trazer mais malefícios que benefícios.


Mas isso não significa que seja melhor sua marca não aderir à causa. Pelo contrário: é preciso tratar o assunto com MUITO cuidado e respeito. As próprias redes sociais podem influenciar negativamente, o que mostra ainda mais a importância e responsabilidade das marcas (e influenciadores) com relação ao conteúdo que publicam — ou até mesmo ajudar a identificar sinais de que alguém não está bem.


Para que o assunto não seja tratado de forma equivocada, há duas sugestões a serem seguidas:


1. Faça parcerias com instituições da área de saúde mental e propague conteúdos que foram avaliados criteriosamente.


2. Consulte profissionais de psiquiatria ou psicologia antes de criar mensagens nas redes sociais, justamente para evitar deslizes.


Além disso, é importante atrelar a ação com o que sua marca promove, para que realmente seja verdadeira. E lembrar que, por mais que o setembro seja amarelo, os casos de suicídio acontecem todos os dias.

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